"Quero fazer da minha existencia lesbica feminista a produção crítica de mim mesma e do mundo!"

(frase criada por várias lésbicas feminista do Brasil- Marylucia Mesquita, Luanna Marley, Kaká Kolinsk...)

domingo, 31 de outubro de 2010

Festival de Cinema e Diversidade Sexual em Fortaleza


Consolidado como um dos maiores eventos multimidia com temática da diversidade sexual e acesso gratuíto em todos os seus espaços, o For Rainbow - Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual, realizará sua quarta edição, de 26 de novembro a 02 de dezembro de 2010, trazendo à Fortaleza além de suas disputadas mostras audiovisuais, espetáculos de teatro, dança, música e exposições multimídia de artes visuais, distribuídos no Centro Cultural SESC Luiz Severiano Ribeiro, na Praça do Ferreira, Cine Benjamin Abrahão, e espaços culturais em cinco bairros de Fortaleza.

Durante o festival acontecerão também várias mesas de debates sobre diversas questões relacionadas à diversidade sexual, com especialistas nos temas abordados e realizadores das obras de arte exibidas e expostas. Serão ofertadas duas oficinas de realização audiovisual e uma oficina de direção para inciantes.

Nas três primeiras edições o FOR RAINBOW atraiu um público médio diário de mil pessoas, percorreu treze municípios cearenses, inaugurou sua itinerância nacional em Porto Alegre, capacitou duzentas pessoas e produziu doze vídeos com a temática da diversidade sexual, constituindo-se numa importante ferramenta de trabalho para ações educativas.

O For Rainbow é uma realização do Centro Popular de Cultura e Ecocidadania (CENAPOP), e tem contado com parceiros como o Governo do Estado do Ceará, Prefeitura Municipal de Fortaleza, Ministério da Cultura, Banco do Nordeste do Brasil, SESC, Casa Amarela Eusélio Oliveira, da Universidade Federal do Ceará, e Caixa Econômica, entre outros.

Confira a lista de filmes selecioandos para esta 4ª Edição...

Na Madrugada/RJ – Duda Gorter
Eu Não Quero Voltar Sozinho/SP – Daniel Ribeiro
Depois do Almoço/SP – Rodrigo Diaz Diaz
A Parada/CE – Simone Lima
Ensaio de Cinema/RJ – Allan Ribeiro
Essa Pintura Dispensa Flores/RJ – Luiz Carlos Lacerda
Sou Mulher, Sou Brasileira, Sou Lésbica/RJ – Vagner de Almeida
Even In My Dreams/EUA – Flavio Alves
Glossário/CE – Fabinho Vieira
E Agora Luke?/RJ – Alan Nóbrega
Ghosted/Alemanha/ Taiwan - Monika Treut
Tu Eliges/ Espanha – Antonia San Juan
Muñeca/Chile – Sebastian Arrau
Dzi Croquettes/Brasil - Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Elvis e Madona/Brasil - Marcelo Laffitte
Meu Amigo Cláudia/Brasil – Dácio Pinheiro
Lesbianas Invasoras del espacio exterior/Espanha – Victor Conde
Acción Reacción/Espanha -
Sombras en el Viento/ Espanha – Julia Guillén Creagh
Dicem (They Tell)/Espanha – Juanma Carrillo
Diario de un corazón
/ Espanha – Juan José Serrano
Jodienda Warrick
/ Espanha – Fernando Gamero
NU2
/Espanha – Pedro Riutort
Paco
/Espanha – Jorge Roelas
Philia
/ México – Constantino Escandón
Amor crudo
/Argentina - Juan Chappa Martín Deus
Caníbales
/Espanha - Juanma Carrillo
Pulsiones
/Espanha - José Manuel Carrasco
La Tarefa
/ Cuba
Caldazzo Por La Diversidad
/ Guatemala

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Brechó e festa sábado na Casa Feminista!


Meninas essa atividade tem por objetivo iniciar a arrecadação de fundos para nossa ida ao II ENAMB - Encontro Nacional da Articulação de Mulheres Brasileiras. E vai ser massa! Estamos fazendo uma seleção de músicas incrível e vai ter cerveja, caipirinha e churrasco pra vender. E muitas coisinhas legais e baratinhas pra comprar. apareçam!!!

Audiência Pública “Assassinatos praticados contra a população LGBT” - click na imagem para ampliar!



Audiência Pública “Assassinatos praticados contra a população LGBT”

24 de novembro de 2010, das 14 às 17 horas, Auditório 09 da Câmara dos Deputados

PROGRAMAÇÃO (em 19/10/2010)

14h – Abertura

- Deputada Iriny Lopes, Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
- Deputado Paulo Pimenta, Presidente da Comissão de Legislação Participativa
- Deputado Iran Barbosa, Representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
- Minstro Paulo Vannuchi, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
- Yone Lindgren, Coordenação Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas
- Keila Simpson, Vice-Presidente da ABGLT
- Toni Reis, Presidente da ABGLT

14h30 – Aumento dos Assassinatos praticados contra a população LGBT

Antonio Sergio Spagnol, doutor em Sociologia do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro “O Desejo Marginal”

Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez, coordenador da pesquisa Crimes Homofóbicos no Brasil: Panorama e Erradicação de Assassinatos e Violência Contra LGBT

Érico Nascimento, pesquisador do Núcleo de Estudos da Sexualidade da Universidade do Estado da Bahia (Uneb)

Luiz Mott, antropólogo, historiador, pesquisador, professor emérito do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fundador do Grupo Gay da Bahia e autor do livro Violação dos Direitos Humanos e Assassinatos de Homossexuais no Brasil

16h30 – debate
  
17h – Encerramento

  
Promoção
Comissão de Direitos Humanos e Minorias
Comissão de Legislação Participativa

Apoio
Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT, e entidades parceiras
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids - UNAIDS

REPORTAGEM:

Número de assassinatos de gays no país cresceu 62% desde 2007, mas tema fica fora da campanha
Publicada em 16/10/2010 às 18h29m
Carolina Benevides e Rafael Galdo
RIO - Alçados a tema central da campanha presidencial, o casamento gay, a união civil entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia têm sido debatidos pelos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) a partir do viés religioso e sem levar em conta um dado alarmante: o número de homossexuais assassinados por motivação homofóbica cresce a cada ano.
Em 2009, 198 foram mortos no Brasil. Onze a mais que em 2008, e 76 a mais do que em 2007, um aumento de 62%. Os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB), fundado em 1980 e o único no país a reunir as estatísticas. Segundo o GGB, de 1980 a 2009 foram documentados 3.196 homicídios, média de 110 por ano.
- Infelizmente, a homofobia é um aspecto cultural da sociedade brasileira, que empurra os homossexuais para a clandestinidade, fazendo com que permaneçam à margem mesmo quando são mortos. Gays, lésbicas e travestis são mortos de forma cruel, geralmente tendo o rosto desfigurado, e acabam sendo considerados culpados. Só os crimes muito hediondos comovem - diz Marcelo Cerqueira, presidente do GGB.
Antropólogo e ex-presidente do GGB, Luiz Mott lembra que há subnotificação de dados, mas que ainda assim é possível afirmar que o número de mortes vem crescendo:
- O número tem aumentado na última década. Antes, era um assassinato a cada três dias. Agora, acontece um a cada dois dias. O Brasil é o país com maior número de assassinatos. Ano passado, no México, por exemplo, foram 35.
Segundo Mott, a maioria dos crimes contra LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) é motivada por "homofobia cultural":
- Graças ao machismo e à bronca que muitos homens têm contra gays e travestis, eles matam imbuídos da ideologia de que homossexuais são covardes, têm dinheiro, que os vizinhos não vão se importar, e os juízes vão punir com brandura.
De acordo com pesquisas realizadas nas paradas gays de Rio, São Paulo, Recife, Porto Alegre e Belém, entre 2003 e 2008, pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos, o número de homossexuais agredidos e/ou discriminados nessas regiões não é inferior a 59,9%. Em Pernambuco, 70,8% disseram ter sido agredidos. E, em São Paulo, 72,1% foram vítimas de algum tipo de discriminação.
- Os dados mudam pouco nas regiões. O fato de não existir lei específica para crimes homofóbicos contribui para a violência. No entanto, vale lembrar que esses números não refletem completamente a realidade. Sabemos que o silêncio ainda marca as agressões - diz Sérgio Carrara, professor do Instituto de Medicina Social da Uerj e um dos coordenadores das pesquisas.
Empatado com a Bahia como estado mais homofóbico do Brasil, o Paraná registrou, segundo dados do GGB, 25 assassinatos em 2009: 15 travestis, oito gays e duas lésbicas. Os outros quatro estados mais homofóbicos são São Paulo, Pernambuco, Minas e Alagoas.
Presidente da Rede Nacional de Pessoas Trans, a travesti Liza Minelly diz que, entre travestis e transexuais, cerca de 70% já sofreram algum tipo de violência. Há 16 anos militando no Paraná, estado com maior número de assassinatos de travestis no ano passado, ela relata que quase sempre o preconceito afasta as travestis do ensino e dos empregos formais, e muitas vezes as empurra para a prostituição e as drogas.

- Em Curitiba, acompanhamos a história de uma travesti morta em 2000, espancada por quatro policiais militares, mas até hoje as testemunhas não foram ouvidas. Também assistimos com frequência à morte moral da travesti, quando negam a ela, por exemplo, um emprego para o qual teria todas as qualificações necessárias - diz.
Apesar dos dados aterradores, a criminalização da homofobia, por meio do Projeto de Lei 122, tem enfrentado resistência de grupos católicos e evangélicos. Mas Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), defende o diálogo com os religiosos:
- Ocorrem distorções de má-fé em relação a interpretações do projeto de lei. Não queremos afrontar as religiões. Queremos não ser mais discriminados, quando pesquisas apontam que 20% dos homossexuais já foram espancados por preconceito.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010



A Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de Fortaleza, através da Coordenadoria de Políticas Públicas para Diversidade Sexual, em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer (Secel), irá realizar os III  Jogos da Diversidade Sexual. 

Os Jogos da Diversidade Sexual têm o objetivo de proporcionar aos/às participantes uma visibilidade positiva acerca da comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), celebrando a diversidade sexual e lançando desafios contra a discriminação pela livre orientação e expressão sexual e identidade de gênero dentro do esporte.
As inscrições das pessoas interessadas em participar dos jogos podem ser feitas presencialmente na Coordenadoria de Políticas Públicas para Diversidade Sexual (Rua Pedro I, s/n – Centro/ Parque das Crianças), no período de 14 a 29 de outubro, de 8h às 18h.
Outra opção é enviar a ficha de inscrição, que está disponível no sítio eletrônico www.fortaleza.ce.gov.br.

O evento contará com modalidades oficiais coletivas e individuais, como futebol de campo,futsalvôleibasquetehandebolxadrezdama e dominó, além de jogos lúdicos, que não visam à competição, mas a uma integração entre os participantes, como carimbaarremesso de bolsa e corrida de salto. Os vencedores de cada categoria ganham troféus e medalhas. O período de competição será entre os dias 5 e 13 de novembro.

Fonte: Prefeitura de Fortaleza

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Como esquecer: um filme sobre a perda com protagonistas lésbicas

Como esquecer: um filme sobre a perda (27/9/2010)
Assessoria de Comunicação


“Como esquecer” entra no circuito nacional de cinema no dia 15 de outubro. O filme conta a história de Júlia (Ana Paula Arósio), uma professora de literatura inglesa que luta para reconstruir sua vida depois de uma intensa e duradoura relação amorosa com Antônia. No longa, ela vai encontrando e se relacionando com outras pessoas que também estão vivendo a experiência de ter pedido algo muito importante em suas vidas.
Para a diretora, Malu De Martino, a homossexualidade não é um dos principais focos do filme. “Esse é um filme sobre a perda e no qual dois protagonistas são homossexuais. Neste sentido, o cinema brasileiro está muito atrasado. Você vê personagens estereotipados e que não são retratados como deveriam”, ressalta.
 
Até chegar aos cinemas, Como esquecer percorreu um longo caminho em busca de apoiadores e patrocinadores. O primeiro apoio veio através da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), em seguida viveram o Banco do Brasil e a Petrobras. “O cinema independente brasileiro passa por diversas dificuldades. Eu sinto que ainda há muita resistência das marcas em agregar seus produtos ao universo GLBT. Esse é um tabu a ser quebrado”, destaca Malu.
 
O filme já foi exibido em sessões fechadas em Brasília e no Rio de Janeiro e também faz parte da programação do Festival de Cinema do Rio. “Como esquecer traz o universo GLBT para o trato comum. Tem toda uma problemática humana adulta sem ser panfletário e é isso que está agradando muito”, finaliza.

FCM formando a opnião pública - Artigo de Cris Faustino no Jornal o Povo

Aborto seguro: direito das mulheres, dever do Estado
*Cristiane Faustino 


O aborto é questão muito séria na vida das mulheres para ser tratado como peça de marketing no jogo eleitoral. Infelizmente é isto que vem ocorrendo: uma exibição sensacionalista e piegas, marcada por dogmatismos, preconceitos e discriminações, sob os mantos da hipocrisia e do cinismo que camuflam a realidade e reduzem o debate ao simplismo de ser “contra ou favor”.


A proposta do movimento de mulheres e organizações da sociedade civil no que se refere ao aborto é simples e justa: nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe; nenhuma mulher deve ser obrigada a ser mãe; nenhuma mulher deve ser presa ou maltratada por ter feito aborto. Essa proposta reivindica o dever do Estado (laico) de garantir direitos e agir democraticamente de acordo com as necessidades reais da população, não podendo basear suas decisões em crenças religiosas ou interesses privados. Na definição e no fazer das políticas, o Estado tem que garantir justiça. E não se garante justiça se não se considera a realidade.


A realidade é que as mulheres recorrem ao aborto sim, em todas as classes sociais, raças e crenças. Mas, com a criminalização, algumas ficam vulneráveis à morte, à prisão, à humilhação e aos maus-tratos. Essas são as mulheres pobres. Para nós do movimento, as mulheres que fazem aborto não são criminosas, mas pessoas éticas, capazes de avaliar se naquele momento lhes convém parir.


Muitas vezes recorrem a ele porque foram vítimas de estupro (inclusive estupro conjugal), pois embora o direito ao aborto seja garantido por lei nesse caso, o medo, a vergonha e a burocracia jogam-nas na clandestinidade e para o risco de morrer. Essa é a realidade, que independe de dogmas e preceitos moralistas. E não se trata de crime, mas de uma saída em uma situação difícil. Essa conclusão se torna simples se pensamos com justeza e solidariedade. Tratar essas mulheres como criminosas é uma injustiça terrível, um descuido, um desamparo, uma violência institucional e brutal contra quem não deseja ou não pode parir.

Olhando a realidade com justiça e solidariedade, é fácil enxergar que somente a descriminalização e legalização do aborto permitem ao Estado garantir os direitos das mulheres e resolver os problemas que a criminalização gera. Essas medidas, acompanhadas de políticas que levem à sociedade informações e apoio nos processos reprodutivos, devem definir normas e procedimentos que tirem as mulheres da clandestinidade e da insegurança; evitem a proliferação de clínicas clandestinas; o contrabando de medicamentos abortivos; a exploração econômica; e os maus tratos nos serviços de saúde.

Mas, na contramão da justiça e da solidariedade, hoje os direitos mínimos das mulheres em relação ao aborto, casos de estupro e risco de morrer estão ameaçados por diferentes projetos e setores conservadores. Um deles é o PL 478/97, o chamado Estatuto do Nascituro, aprovado em algumas comissões de trabalho da Câmara Federal e que, se aprovado no Congresso, não permitirá o aborto em nenhum caso, e mais: também proíbe qualquer discussão sobre o tema. Ou seja, é um retrocesso nos direitos, e a reafirmação e recrudescimento da violência institucional contra as mulheres.


* É Assistente Social e Militante do Fórum Cearense de Mulheres

CARTA ABERTA A SOCIEDADE SOBRE AS ELEIÇÕES 2010 - Coletivo de Mulheres da ABGLT



CARTA ABERTA A SOCIEDADE SOBRE AS ELEIÇÕES 2010

Quando o processo eleitoral foi se desenhando e a possibilidade de duas mulheres concorrem a presidência da república do Brasil, todas nós mulheres tínhamos motivos para comemorar.
Mas logo que o cenário se definiu entre os possíveis candidatos e candidatas, uma armadilha se mostrou, o uso da fé e da religião no palco eleitoral e infelizmente, uma mulher foi a protagonista.
Marina Silva entrou para a disputa, usando a sua fé, a fé d@s eleitores e se mostrando contraproducente a sua história, de quem veio da floresta, de quem luta por um mundo sustentável, por um mundo melhor e por uma cultura de paz.
E aí, nos questionamos nesse mundo cabe homofobia, machismo e sexismo? Senão cabe, porque
usar @ eleit@r como escudo para decidir sobre assuntos de direitos humanos, por que tanta
covardia?
Enfim, o segundo turno veio e com ele, veio o aborto. Nos perguntamos, se fossem dois homens disputando o segundo turno, o aborto seria relevante? Ao se aproximar o dia 31 de outubro, o fundamentalismo avança e agora, os direitos civis de LGBT também estão em negociação. Que país é esse que negocia direitos humanos por fé?
Nós do coletivo de mulheres feministas da ABGLT condenamos o uso da fé no processo eleitoral, o
uso do aborto para desqualificar as mulheres e o uso da homofobia que mata todos os dias
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Nós do coletivo de mulheres feministas da ABGLT condenamos aqueles e aquelas que não tem coragem de transformar o Brasil num país de todas e todos, num país onde mulheres não precisam mais ser assassinadas pelo machismo, onde mulheres não precisem viver a heterossexualidade
compulsória e onde as mulheres possam ocupar os distintos espaços nas mesmas condições que os homens.
Por uma sociedade justa, sem machismo, sem sexismo e sem homofobia!

Coletivo de Mulheres Feministas da ABGLT

Violência contra mulher x religiosidade

Vai ser babado! quem quiser participar entre em contato com a gente!

sábado, 9 de outubro de 2010

Nota Pública - Repúdio a TV Cidade

NOTA PÚBLICA


Nós, movimentos de mulheres do Ceará, manifestamos nosso repúdio à forma como a TV Cidade abordou o tema do aborto em matéria veiculada no programa CIDADE 190 do dia 07/10/2010. A matéria aborda, de forma sensacionalista e desrespeitosa , o tema do aborto, sem considerar a realidade das mulheres que, por diferentes razões, precisam a este recorrer. A forma tendenciosa e apelativa com que a questão foi tratada fere os princípios jornalísticos, não permitindo o confronto de idéias, não ouvindo as opiniões divergentes das expostas na matéria, criminalizando as mulheres e impedindo assim o debate democrático – condição básica para um veículo que é uma concessão pública.
O Programa Cidade 190 coloca-se como de prestação de serviços e um canal de denúncia dos problemas da comunidade e das dificuldades que atingem a população mais pobre, mas a postura tem sido outra, evidenciada na forma com tratou a questão do aborto, que afeta diretamente a vida das mulheres, sobretudo das mais pobres, de forma descomprometida com a realidade destas.


Por ser um serviço público, a informação divulgada pelos veículos de comunicação de rádio e TV precisa refletir a pluralidade de opiniões, respeitando as diferenças econômicas, políticas, sociais, de religião, de gênero, de raça, de orientação sexual, de condição física do nosso povo. Mas, da forma como a questão do aborto foi exposta, não contribui para a reflexão e o debate sobre o tema, pois não contextualiza os diversos fatores que envolvem a situação do aborto no Brasil; apenas explora os sentimentos das pessoas de forma grotesca.


O direito ao aborto é defendido internacionalmente como questão de saúde pública em deliberação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e foi aprovado nas duas Conferências de Políticas para Mulheres, na Conferência Nacional de Direitos Humanos, na Conferência Nacional de Juventude, na Conferência Nacional de Igualdade Racial e Étnica e Conferência Nacional LGBTT.



Isso significa que o tema precisa ser abordado a partir de muitas questões, entre estas, as centenas de morte de mulheres, os milhares de atendimentos nos hospitais públicos daquelas a quem só resta o uso de métodos inseguros e o risco de morte e as centenas de milhares de casos que sequer chegam ao conhecimento público.



O aborto diz respeito às violências cotidianas que as mulheres e meninas enfrentam no estupro e no abandono tanto dos homens quanto das instituições públicas. Diz respeito à necessidade de reconhecer as mulheres como eticamente capazes de decidir sobre suas vidas. Diz respeito aos direitos humanos e autonomia das mulheres. Diz respeito à justiça social, pois são as mais pobres que estão sujeitas a morrer, a serem maltratadas nos hospitais ou presas. Diz respeito ainda à construção democrática do debate e das decisões sobre as políticas públicas. É devido à ilegalidade do aborto e a criminalização das mulheres que surgem as clínicas clandestinas. Elas são reflexos das negações do direito das mulheres de decidir sobre suas vidas.



A forma como a TV Cidade tratou o tema é um desserviço ao debate democrático, pois não permite a diversidade de opiniões e impõe um pensamento único. Por isso, se faz necessário que essa televisão resgata os princípios democráticos do jornalismo e trate a questão do aborto com a seriedade e complexidade que ela exige. Caso contrário, continuará reafirmando um modelo de sociedade e de mídia que nega a possibilidade de um debate que estabeleça a real cidadania.
Nenhuma mulher deve ser presa, maltratada, humilhada ou morta por praticar aborto!
Pela não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

URGENTE – hoje 8 de outubro, as 16h na Praça da Imprensa (em frente a TV Cidade)


ATO PÚBLICO CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO PELA MÍDIA DAS MULHERES QUE FAZEM ABORTO

Ontem, 7 de outubro, a TV Cidade, no programa Cidade 190 veiculou uma matéria que expunha uma clínica que realiza abortos em Fortaleza e criminalizava brutalmente as mulheres que realizam tal procedimento. Ainda a noite, a TV União no programa Na Hora, realiza um “debate” somente com pessoas que são contra a legalização, excluindo totalmente as mulheres e suas opiniões. Não podemos ficar caladas perante o fato, por isso convocamos a sociedade para estar conosco neste ato contra a criminalização pela mídia das mulheres que fazem aborto.

sábado, 2 de outubro de 2010

LAMCE na Guatemala


Entre os dias 05 e 15 de outubro de 2010 representante do Grupo LAMCE estará na Guatemala participando de duas grandes atividades lésbico-feministas.

A primeira atividade será a Avaliação dos projetos apoiados pelo consórcio de financiadores latino-americanos de grupos de mulheres e pela Astrea Foundation. Aqui no Brasil, desde 2008, o grupo LAMCE e mais 8 grupos de lésbicas e mulheres bissexuais têm os seus projetos sociais financiados e fortalecidos pelo Fundo Social ELAS. Assim, dias 05,06,07 e 08 de outubro, serão destinados não somente para refletir sobre estes projetos sociais voltados para lésbicas, bissexuais e mulheres transexuais, bem como será um momento de pensar novos rumos para estes grupos e fazer intercâmbio entre os grupos de lésbicas e bissexuais da América-Laina e Caribe.

É importante compartilharmos com todas/os vocês que, se hoje o Grupo LAMCE tem uma sede - a Casa Feminista Nazaré Flor- , maior visibilidade e incidência política é devido a confiança do Fundo Social ELAS, que acreditou no nosso projeto chamado "
“A VISIBILIDADE DOS SUJEITOS POLÍTICOS LÉSBICAS: FORTALECENDO E EMPODERANDO AS MULHERES LÉSBICAS DO CEARÁ, A PARTIR DO FEMINISMO”. Esteve projeto teve como objetivo contribuir para o formação do pensamento crítico e a consolidação de ações feministas junto às lésbicas e mulheres bissexuais do Ceará, bem como fortalecer institucionalmente o LAMCE.

Já entre os dias 09 e 15 de outubro estará acontecendo o VIII ELFLAC- Encontro Lésbico- Feminista Latinoamericano e Caribenho, tendo como objetivo de discutir o contexto político da América Latina e Caribe em relação às lésbicas e mulheres bissexuais, bem como aprofundar as demandas específicas e fortalecer o movimento latino-americano e caribenho de lésbicas feministas

Maiores informações sobre estes eventos, não deixe de acessar e conhecer:

www.fundosocialelas.org

http://elflacguate.blogspot.com/


Se ligue no LAMCE e entre em contato com a gente!